16.5.11

Retalhos do Rio

“O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos”

(Marguerite Yourcenar)


Conheci Ana pouco tempo atrás e, por vários motivos, a identificação foi recíproca e imediata:

língua, cultura, signo chinês, carimbos no passaporte, trilhas a percorrer, vontade de viajar, vontade de viajar e vontade de viajar.
Confirmei, então, que o fenômeno de passar por vários lugares provoca à natureza indagadora, convida a ser cada vez mais curioso, neutraliza o olhar, expande o cérebro e purifica o coração. Te faz sentir um desejo insaciável de continuar em movimento (“destino: andar, nunca chegar”) e te faz abrir mão de uma vida comum, de uma família comum, de um transitar comum. Porém, tudo aquilo perde o sentido no momento em que respiras a vida do Rio de Janeiro –a cidade do improviso- onde tudo pode acontecer: desde uma chuva de verão até mesmo sentir a vontade de ficar e mudar de profissão.

E ficas mais um pouco para curtir a magia, curtir a natureza, a musicalidade, aquele sorriso extasiado, o reflexo das luzes da cidade, aquele céu, aquele mar, aquele cartão postal em 3D acolhendo, cada dia, a possibilidade de viver uma experiência única e de fazer parte dessa história.
E se, naquele momento, naquele lugar, perceberes que o caminho que traçaste através da publicidade, da redação, do estilismo, da crônica e da produção converge no ponto de fuga chamado fotografia e assumes essa linguagem como destino: deixa-te levar pelo coração puro, contagia-te do fluxo do momento, abre mão de tudo o que foi, aproveita a inocência no olhar, tira uma foto e monta uma exposição!

Isto é o que Schlimovich fez.
Isto é o que você vai ver.

Viviana Herrera
Hai Fai Produções

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